- Introdução:
– Os abscessos anorretais e as fístulas anais representam diferentes fases de um espectro patogênico comum. O abscesso anorretal representa o evento inflamatório agudo, enquanto a fístula perianal representa o processo inflamatório crônico.
Anatomia anal para compreensão dos abscessos perianais:
– O sucesso na erradicação do abscesso ou supuração anal e da fístula anorretal requer um conhecimento profundo da anatomia anorretal, sendo essencial a compreensão da existência de eventuais espaços anorretais.
– O espaço perianal está localizado na área da margem anal e continua-se lateralmente com a gordura isquioanal ( gordura que ocupa o espaço lateral do canal anal e reto) e medialmente com a parte inferior do canal anal. É contínuo com o espaço entre os músculos formadores dos esfíncteres anais.Causa do abscesso anal:
– Noventa por cento de todos os abscessos anorretais resultam de infecções das glândulas anais, enquanto o restante resulta de outras causas.
– A obstrução do ducto da glândula anal, resultará em estase da secreção, infecção e formação do abscesso perianal que drenará e formará a fístula perianal.
– Os fatores predisponentes para a formação do abscesso anal incluem diarreia e traumatismo sob a forma de fezes endurecidas.
– Os fatores associados podem ser a fissura anal crônica, infecção de um hematoma, ou doença de Crohn.
Causas do abscesso perianal:
Classificação:
– De acordo com a sua localização nos espaços anorretais potenciais, podem ser classificados, em:
Ver a figura:
Avaliação e tratamento do abscesso anal:
Sintomas do abscesso anal:
– Dor, tumefação e febre são as principais características associadas ao abscesso.
– Dor retal grave acompanhada de sintomas urinários como ardência, retenção ou incapacidade de urinar pode ser sugestiva de abscesso entre os músculos formadores dos esfíncteres anais superficiais e profundos.
Exame clinico ou físico dos pacientes com abscesso anal:
– Inspeção dos pacientes com abscesso perianal: Evidenciará uma área avermelhada, tumefeita com flutuação.
– Nos abscessos profundos o exame retal e vaginal poderão ser extremamente doloridos: – Exames endoscópicos são inadequados pela dor e desconforto que poderão causar e a orientacao na minha clinica para os meus assistentes será nunca fazer. Tratamento dos pacientes com abscesso perianal na clinica de tratamento das doenças proctologicas com laser: – Raramente, o atraso no diagnostico e tratamento dos abscessos anorretais poderá resultar em infecção necrotizante e óbito.
Cirurgia para tratamento do abscesso anal:
Os abscessos anais superficiais poderão ser drenados sem a utilização de drenos e os abcessos profundos poderão ser drenados com drenos laminares ou mesmo com o auxilio de cateteres de borracha maleável com extremidade em forma de cogumelo de 10-16 French, inserido através de uma cânula na cavidade do abscesso.Informações importante para os pacientes com abscesso anal:
– A falha em identificar uma abertura interna poderá ocorrer em 66% dos pacientes.
– 50% dos pacientes após o primeiro episodio da formação de um abscesso, não formaram fístula.
– Fistulotomia: Consiste na abertura do trajeto da fístula deverá ser feita por cirurgia com experiência e se achar o orifício interno no momento da drenagem do abscesso.
Atenção: Eu nunca fiz e nem pretendo fazer por que acho uma cirurgia incompleta.
Cuidado com a formação de uma falso trajeto no manuseio do guia para identificar o trajeto da fistula perianal: A insistência na busca de uma fístula poderá levar à formação de um falso trajeto e secção desnecessária do músculo esfíncter anal com risco de incontinência anal.
Abscessos anais x HIV:
– Como estes pacientes são imunodeprimidos, devem ser usados antibióticos.
– Os esforços devem ser dirigidos para manter pequenas feridas, pois esses pacientes correm o risco de má cicatrização. Um aumento da incidência de sepse ou infecção perineal grave pode ser observada em pacientes HIV- positivos.
Conclusão e Condutas nos pacientes tratados na minha clinica com abscesso perianal:
Dr. Paulo Branco
Os abscessos perianais deveram ser tratados imediatamente por drenagem com ou sem colocação de dreno laminar ou cateter e antibioticoterapia que faço sob anestesia local e sem internação. É um grande alivio para os meus pacientes, que retomam as suas atividades, sem dor. Trinta dias depois eu faço um estudo radiológico para estudar o trajeto e a sua relação com os músculos.